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Planejar o futuro é um dos maiores atos de amor.

Todo mundo já ouviu essa frase: “Herança destrói famílias.”
Mas a verdade é outra. Não é a herança que destrói. É o que foi escondido antes dela.

É o segredo nunca revelado.
É o filho fora do casamento que aparece no velório.
É a casa prometida a dois herdeiros diferentes.
É a empresa passada para o genro “de confiança”, mas sem contrato.
É a ausência de um “não” dito em vida que se transforma em grito na hora da partilha.

Porque o que destrói famílias não é a partilha em si. É a falta de preparo para ela.
É a ilusão de que amor basta. De que sangue une. De que “meus filhos vão se entender”.
Não vão. E não por maldade, mas porque o amor não substitui a clareza. A memória não substitui um testamento. A boa intenção não substitui uma estrutura.

A verdade é que quem evita falar sobre sucessão em vida está, sem perceber, deixando um rastro de mágoa no lugar onde deveria haver saudade.

Acha exagero?

Então sente e observe o que acontece quando os filhos descobrem que um ficou com mais que o outro.
Quando o cônjuge sobrevivente é colocado em segundo plano.
Quando os irmãos que cresceram juntos viram adversários.
Quando os netos viram estranhos.
Tudo por falta de conversa. Falta de estratégia. Falta de coragem.

A sucessão, quando não é planejada, vira cenário de guerra. E o falecido, que deveria ser lembrado com saudade, vira lembrança de um conflito que poderia ter sido evitado.

Falar sobre isso em vida não é ser frio. É ser responsável.
É garantir que o que você construiu com tanto esforço não se torne munição em uma disputa familiar.
É proteger, mais do que os bens, os vínculos.

E sim, hoje há ferramentas para isso. Testamentos, planejamentos sucessórios, holdings.
Mas tudo começa com um gesto simples: parar de fingir que nunca vai acontecer.
Porque vai. A morte é certa.
O caos depois dela… é opcional.

Carmem Testoni

Fundadora do Escritório de Advocacia Carmem Testoni